Ahh,
o amor! Todo amor é impossível ?
Amantes:
sujeitos desejantes.
Aquele que AMA, ANTES demanda ser amado, e habita o reino da doce e amarga ilusão de que aquele alvo o complementa.
Freud : amor como função de idealização.
Lacan: amor como função de sublimação.
O amor se encaixa no reino do imaginário (do ideal de felicidade pessoal).
Nasce no pensamento ocidental “uma idealização bifronte do amor”, diz Jurandir Freire Costa: idealizam-se o objeto amado e o sujeito do amor.
Há algo imperdível escrito por esse psicanalista pernambucano:
Há algo imperdível escrito por esse psicanalista pernambucano:
“Amor é uma crença emocional, e como toda crença pode ser mantida, alterada,
dispensada, trocada, melhorada, piorada ou abolida. O amor foi inventado como o fogo, a
roda, o casamento.. tudo pode ser recriado se acharmos que assim deve ser. Ele nasceu
na era dos sentimentos, do gosto pela introspecção e por histórias sem fim de apostas
ganhas e perdidas. Hoje entramos na “era das sensações”, sem memória, sem história.
Nada nos parece mais bizarro e tedioso do que aventuras sem orgasmos e sofrimento sem
remédio a vista. Aprendemos a gozar com o fútil e passageiro e todo além do principio do
prazer é só um vício de linguagem ou da inércia dos costumes. Em suma, vivemos numa
moral dupla: de um lado, a sedução das sensações; de outro, a saudade dos sentimentos.
Queremos um amor imortal e com data de validade marcada: eis sua incontornável
antinomia e sua moderna vicissitude! "
Moral dupla que implica não escolher e portanto não se responsabilizar! É dúvida dos amantes impossiveis (ou impossiveis amantes).
Bauman ajuda com sua simplicidade : "o amor é o que é, e cabe aos sujeitos estarem conscientes do que assumem quando decidem amar".
Apostar no amor louco, dramático, heróico, doentio beira ao fracasso, contrário a possibilidade de um amor sensato, que não se torne a única razão do sujeito, mas que seja da altura da sua própria liberdade.
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