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Como diria Neil Young –inspirando Kurt Cobain – “it´s better to burn to fade away”. É preferível queimar de uma vez do que queimar em fogo lento. Trata-se de uma mensagem atípica, em uma cultura pautada pela administração das afecções.
A nós modernos, diria Nietzsche, o esgotamento e a fadiga se revelam entidades das quais não parecemos capazes de escapar. Há um contraste indelével entre a morosidade característica de nossa vida cotidiana e o investimento maciço feito pelas agências midiáticas, incansáveis em nos apresentar um mundo em formato de turbilhão. O alvoroço de novidades e possibilidades se contrasta com a ausência de cor e graça que nosso cotidiano nos apresenta incansavelmente.
Somos vítimas do tédio, da monotonia de um cotidiano empobrecido de aventuras e possibilidades. É comum sentirmos uma inércia frenética cujo principal efeito colateral é uma dívida eterna.
O cotidiano nos entorpece. Nele, não estamos nem alegre tampouco tristes. O cotidiano parece um entreato sem fim. A vida se torna extenuante, não chegando a ser alçada à dignidade de um drama. Podemos definir o cotidiano como “os dias que se sucedem infindavelmente..”.
Assim, faz-se lógico para sujeitos incolores e desencantados a prática de terapias engendradas no zen, budismo, ioga, ou por abusar-se tanto de estimulantes, tranquilizantes e psicotrópicos. O paradoxo do “querer” e “desejar” engendra aquilo que chamo de psicologias eticamente orientadas contra os “quereres” do mundo e aquelas orientadas sob a encomenda do mundo.
O que o mundo cotidiano deseja apesar de não querer? Certamente menos quietude, menos atordoamento, mais bagagem dramática, mais momentos autênticos, acontecimentos que tenham peso, mais instantes mágicos que nos atordoem
Em suma, e voltando à frase de Neil Young, os tempos nos apresentam duas possibilidades: viver ou durar.
http://www.youtube.com/watch?v=cawk2cMTnGo&feature=related
Esse foi certeiro hein, doutor?
ResponderExcluirMinha vida nunca mais foi a mesma depois de "Já não aspira a ser para sempre, se em um ato incomparável foi absolutamente ele mesmo".
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