quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sobre o discurso dominante das responsabilidades



O superego, a identificação, agora é aparato, produz padrão, reduz ao olho a imaginação, converte a imagem no não-singular, no pretensamente singular, outrora geral, agora pretensamente individual, pretensão que assegura o inumano pretensamente necessário, que não necessariamente segura o humano regressante, que retorna deformado pelo inumano, inumano cujo imaginário o quer re-reprimir por não reconhecê-lo sujeito-humano, e sim objeto-inumano, que só reconhece agora a um outro-objeto, não mais um outro-sujeito, a um outro-objeto um sujeito não se identifica, a um outro-objeto um sujeito divide, a um outro-objeto um sujeito fragmenta, um sujeito que não reconhece sujeitos não reconhece a si mesmo, um sujeito que só reconhece sua imagem-objeto para fora e não mais sua imagem-sujeito para dentro não se constitui com e contra o outro mas pelo e para o outro, não vive a incerteza da identidade sublimada mas a segurança da alteridade introjetada, do autoritário genital, que faz sobrar o primitivo, que faz domar o primitivo, até que o que retorne seja a morte do sujeito, que é a morte do social, a morte daquele que agora conhece o desespero que já foi o do outro, outro que só goza, mata e se mata com gozo, a quem se culpa pela morte, a quem se ressuscita e se culpa com gozo, gozo travestido de ética, travestido de consciência, travestido porque fascista, o gozo da morte.

2 comentários:

  1. Algumas questões e um apontamento:

    1) O superego e a identificação agora produzem um padrão.Já foi diferente?

    2) Uma aparência de humanidade singular que na verdade revela um inumanidade genérica e pouco humana. Já foi diferente?

    3) Gabriel Maia, sugiro que você use pontuações...rs.
    Abraço.

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  2. Sim, pois assistimos à intensificação da PRODUÇÃO (e, portanto, padronização) de identificações, principalmente por parte do aparato do espetáculo, o que ajuda a intensificar por sua vez o atrofiamento da ELABORAÇAO subjetiva (e, portanto, "orgânica") de identificações, sim, praticamente pelo mesmo motivo, o caráter inumano da identificação reside em sua produção padronizada, produção que a cada dia se especializa e se intensifica, e como você pode ver não aceitei sua sugestão

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