sábado, 15 de outubro de 2011

Nota Psicanalítica 4


Desde os primórdios da Psicanálise, com Freud analisando Bertha Pappenheim, mais conhecida por Anna O., até hoje, a talk cure (cura pela fala) se sustenta como um método surpreendente.

Como é difícil falar. Nos deparamos diariamente no consultório com esse impasse. Toneladas de afetos reprimidos, sentimentos desorganizados e pesados demais para se ordenarem em uma fala. Reclamações pipocam e pedem por soluções mágicas.

O jeito é falar para tentar encontrar aquele fio solto em nossa história que parece não se conectar com nada. De onde vem esses pensamentos, essas ideias, esse mal estar? Fale, fale, fale...

Lembranças encobridoras não devem ser confundidas com memórias reprimidas, que se expressam pela via do sintoma.

Aquilo, que por não ter sido falado, repousa no enigma do sintoma. Aquilo que não foi falado (e portanto, escutado) deve ser falado e escutado para que o Novo surja como uma possibilidade real, não mais como uma miragem imaginária.

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